Os cardeais reunidos no Vaticano não chegaram a um consenso na primeira votação para escolher o sucessor do Papa Francisco I, falecido no mês passado. A fumaça preta que saiu da chaminé da Capela Sistina na tarde desta quarta-feira 7, mostrou que nenhum candidato obteve os dois terços dos votos necessários. As votações recomeçam nesta quinta-feira 8, com até quatro sessões diárias previstas.
O conclave, que reúne 135 cardeais com direito a voto, segue o ritual secular de eleição papal. Os religiosos estão isolados em duas hospedarias do Vaticano desde terça-feira 6, sem contato com o exterior. “Eles só sairão dali quando a fumaça branca anunciar o novo pontífice”, explicou um oficial do Vaticano que acompanha o processo.
Nesta quinta, os horários das votações em Brasília serão: 5h30 – Primeira sessão (fumaça apenas se houver eleição); 7h – Segunda sessão (fumaça preta caso não haja acordo); 12h30 – Terceira sessão; e 14h – Quarta sessão.
O processo ocorre sob rigoroso sigilo. Cada cardeal escreve seu voto em um papel que é queimado após a apuração. Se não houver eleição, adiciona-se um composto que escurece a fumaça. “A maioria qualificada exige paciência. Em 2013, Francisco só foi escolhido após cinco votações”, lembrou o especialista em direito canônico Luigi Sandri.
O novo papa precisará aceitar o cargo publicamente e escolher seu nome pontifical antes do tradicional “Habemus Papam” na sacada da Basílica de São Pedro. Enquanto isso, os cardeais seguem em isolamento total, sem acesso a celulares ou internet. “É um processo que combina tradição medieval com os desafios da Igreja no século XXI”, observou a vaticanista Elisabetta Piqué.
Historicamente, os conclaves duram entre dois e cinco dias. O recorde moderno foi em 1740, quando Bento XIV foi eleito após seis meses de deliberações. Desta vez, analistas preveem uma decisão até o final da semana.