Hospital Varela Santiago confirma que tomógrafo está pouco utilizado

A direção do Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, confirmou nesta terça-feira 22 que o tomógrafo da unidade está sendo pouco utilizado pelo convênio do SUS. O problema havia sido denunciado na semana passada pelo vereador Léo Souza (Republicanos).

De 1º de janeiro a 15 de abril, foram realizados no Varela Santiago apenas 348 tomografias, uma média de 4 por dia útil – bem abaixo da capacidade do hospital, que é de 15 por dia. O tomógrafo pertence ao hospital, mas pacientes são atendidos no local através do SUS por meio de convênio entre a unidade e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap).

Segundo a direção do Varela Santiago, o problema está acontecendo por uma falha de procedimento após a regulação de pacientes. De acordo com Paulo Xavier, diretor-geral do hospital, pacientes estão sendo agendados para o hospital, mas muitas vezes não comparecem para fazer os exames por diversas razões.

Uma das razões para a falta dos pacientes é a demora entre a requisição da tomografia e o agendamento do exame propriamente dito, o que faz com que pacientes recorram à rede privada durante a espera – nestes casos, quando a regulação é feita na rede pública, esses pacientes não precisam mais do SUS.
Nesta terça-feira 22, havia 11 pacientes agendados para fazer tomografia no Varela Santiago, mas 4 faltaram. A situação foi constatada por vereadores da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal, que realizaram uma visita de fiscalização no local.

De acordo com a vereadora Camila Araújo (União), presidente da Comissão, pacientes aguardam até dois anos por uma tomografia, o que tem contribuído para as faltas. “Apenas 7 vieram realizar o exame (nesta terça-feira), porque os outros 4 já tinham conseguido fazer pagando particular devido ao tempo, o lapso temporal muito demorado”, declarou.

Ela citou que, atualmente, pacientes aguardam até dois anos para fazer uma tomografia e que há cerca de 300 pessoas na fila. Ela sugere uma mudança no fluxo de regulação para agilizar os agendamentos e garantir que vagas sejam abertas para quem realmente está precisando, de modo a não haver subutilização do tomógrafo.

Outros fatores influenciam a falta dos pacientes, inclusive a chuva, segundo Paulo Xavier. “Os pacientes são regulados de diversos níveis socioeconômicos, de localidades diferentes. Quando chove, a mãe não vai trazer o filho para fazer uma tomografia. E tem outros atropelos que impedem de essas pessoas virem”, destacou.

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