Quantidade de jacarés em lago chama atenção e preocupa moradores na Grande Natal

O aumento na quantidade de jacarés em um lago na praia de Maracajaú, na cidade de Maxaranguape, na Região Metropolitana de Natal, tem chamado a atenção e assustado moradores da região nos últimos meses.

O lago se forma todos os anos na mesma localidade no período de chuvas e fica perto de casas e a cerca de 500 metros de uma escola.Os moradores contaram que os jacarés apareceram há alguns anos, mas nunca na quantidade atual, o que tem assustado, já que houve registros de alguns que invadiram casas próximas.

“Na casa da minha mãe, que mora aqui próximo, um desses jacarés entrou e travou uma briga com a cachorra dela, que é de grande porte, que foi atingida na boca e cortou. Mas a cachorra matou o jacaré”, contou o professor Eider Santos.

“Há outros relatos de pessoas que residem aquii perto de jacarés perto do portão das casas. O pessoal tem foto e tudo mais”, completou.

A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental da cidade informou que acionou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema) há cerca de dois meses, mas não recebeu retorno para resolver a situação.

Segundo a secretaria municipal, o objetivo do encontro foi analisar a situação para se atuar na elaboração da Autorização de Captura de Material Biológico (ACMB).O Ibama informou que realizou a visita técnica e fez um levantamento inicial, mas não concluiu o estudo definitivo. O órgão informou ainda que o Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do RN está em reforma e que indicou acionar a polícia ambiental para auxiliar na transferência.

O Idema não havia respondido à Inter TV Cabugi até a atualização mais recente desta reportagem.

Avaliação para captura dos animais

 

A ACBM, segundo a secretaria, requer um levantamento preciso de informações, incluindo identificação das espécies, tamanhos, quantidade de indivíduos e outros dados relevantes.

“O processo vai muito além de simplesmente capturar e soltar os animais, pois exige a definição de um local adequado de soltura, que não cause desequilíbrio ambiental nem represente risco à população”, pontuou a nota.

A pasta reforçou ainda que a execução dessas ações demanda profissionais capacitados, com especialização em manejo de fauna silvestre.

O professor Eider Santos, morador da região, contou que acredita que há pelo menos 40 jacarés no lago.

“De acordo com os relatos e vídeos gravados, a gente consegue captar entre 40 a 60 jacarés. Mas eu acredito que tem mais, porque a gente tem essa lagoa, tem mais uma lagoa por trás da duna. Eu acredito que tem mais de 100 jacarés”, disse.

Beira do lago

 

Enquanto uma decisão não é tomada, os jacarés têm vivido na região e aparecem também na beira do lago, sendo vistos por quem passa pelo local em vários momentos do dia.

A professora Mineia de Morais, que dá aula na escola a 500 metros do lago, acredita que a presença dos animais representa um risco na região.

“Temos crianças pequenas, de 2 a 3 anos de idade, e é arriscado. Nosso horário [no colégio] é até 17 horas, então a gente fica muito preocupado devido a eles já estarem invadindo as casas”, disse.

A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental informou que, por isso, também tem atuado na conscientização da população local para que evite alimentar os jacarés com restos de comida.

De acordo com a pasta, essa prática “contribui para o crescimento acelerado e a procriação precoce desses animais, agravando ainda mais o problema”.

Segundo a pasta, desde que realizaram a vistoria técnica, os órgãos ambientais Ibama e Idema não emitiram um posicionamento oficial para solucionar o caso.

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