O Prêmio Hangar de Música chega à sua 22ª edição nesta terça-feira 27, no Teatro Alberto Maranhão, celebrando 25 anos de história com o tema “Música de Terra e Mar”. O evento faz homenagens aos 100 anos de Dona Militana e aos 80 anos de Lia de Itamaracá, ícones da música popular brasileira.
Idealizado por Marcelo Veni, o prêmio é um dos maiores reconhecimentos à produção musical do RN, com 30 artistas no palco e apresentações exclusivas. Entre os destaques da programação estão Congos de Combate, Khrystal, Carlos Zens, Breno Slick, e Potyguara Bardo, sob a direção musical de Ricardo Baya.
Além das apresentações, serão entregues 13 categorias competitivas e 12 prêmios especiais, incluindo Homenagem do Ano a Lia de Itamaracá e Dona Militana, além de categorias como Álbum do Ano, EP do Ano, e Revelação Musical, com indicações de nomes como Gracinha, Jennify C., Dani Cruz e SouRebel.
Os ingressos estão à venda por R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia e solidário) na plataforma Sympla. A edição conta com o patrocínio da Potigás e apoio institucional da Fundação José Augusto, Governo do RN e Sistema Fecomércio RN.
Em entrevista, o produtor cultural Marcelo Veni reflete sobre os 25 anos do Prêmio Hangar de Música, destacando a trajetória da premiação como um símbolo de resistência, valorização e visibilidade para a música potiguar. Confira:
AGORA RN – O Prêmio Hangar chega à 22ª edição celebrando 25 anos de trajetória. O que representa para você essa marca?
Marcelo Veni – É uma conquista que vai além da longevidade. Representa resistência, dedicação e, sobretudo, amor à produção musical do Rio Grande do Norte. Chegar aos 25 anos com uma premiação ativa, respeitada e em constante diálogo com a cena é um marco que comprova a importância do Prêmio Hangar como plataforma de visibilidade, incentivo e memória da produção musical potiguar.
AGORA RN – Que transformações você percebe na música potiguar ao longo dessas duas décadas e meia do prêmio?
Marcelo Veni – Testemunhamos um crescimento impressionante em termos de diversidade, profissionalização e representatividade. A cena potiguar hoje é multifacetada, com artistas explorando desde as raízes da cultura popular até às linguagens contemporâneas como o rap, o eletrônico e o pop alternativo. Vemos mais mulheres protagonizando, mais artistas LGBTQIAPN+ ocupando espaço, e uma nova geração que enxerga a música como um caminho possível e potente.
AGORA RN – O tema deste ano, “Música de Terra e Mar”, é bastante simbólico. Como ele dialoga com a escolha das homenageadas?
Marcelo Veni – As duas homenageadas, que já estiveram presentes no palco do Prêmio Hangar entre 2003 e 2004, representam, de forma poética e profunda, a ancestralidade e a força do povo que canta a partir da terra e do mar. Dona Militana, símbolo da cultura da tradição oral do nosso interior, e Lia de Itamaracá, guardiã da ciranda e dos saberes do litoral pernambucano, unem territórios e memórias. A escolha delas celebra a conexão entre as raízes culturais e a força do feminino que perpetua e transforma a música popular do Nordeste.
AGORA RN – Como o Prêmio Hangar contribuiu, na sua opinião, para fortalecer a cena musical potiguar?
Marcelo Veni – O prêmio sempre foi um espaço de visibilidade, de encontro e de legitimação. Ao longo dos anos, deu luz a artistas iniciantes, reconheceu trajetórias, registrou momentos históricos e ajudou a construir uma percepção mais ampla sobre o que é a música feita no RN. Ele estimula o público a conhecer, valorizar e consumir a arte local, ao mesmo tempo em que impulsiona os artistas a seguirem com seus projetos.
AGORA RN – O que o público pode esperar da noite de premiação em termos de encontros musicais e performances ao vivo?
Marcelo Veni – Uma celebração vibrante, emocionante e plural. A cada edição, pensamos o palco como um território de afeto e de memória sonora. Para este ano, mais uma vez preparamos encontros, homenagens emocionantes, reinterpretações marcantes e a participação de mais de 30 artistas, entre intérpretes, instrumentistas e compositores.