Assembleia do RN em defesa da prefeita ameaçada de morte: ‘Não toleraremos racismo’

A Assembleia Legislativa do RN manifestou apoio unânime à prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (SDD), vítima de ameaças de morte e ataques racistas nesta semana. O caso, denunciado pelo deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) nesta terça-feira 30, levou a Casa a cobrar investigação imediata da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança. Ele ainda ressaltou a trajetória da gestora como exemplo de superação.

“Essa mulher, que veio de família humilde, foi costureira, professora, vereadora e hoje comanda uma das maiores cidades do estado, está sendo alvo de um absurdo: ameaças de morte e preconceito racial”, afirmou. O deputado cobrou ação imediata da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança para investigar os casos. “A Polícia Civil dará cobertura total para elucidar essas ameaças. Não podemos permitir que episódios como esses se repitam”, completou.

Nilda, primeira mulher negra a comandar o executivo de Parnamirim, tem denunciado ataques racistas desde a campanha eleitoral. As ameaças recentes, ainda não divulgadas em detalhes pela polícia, teriam ganhado intensidade após medidas administrativas controversas, embora autoridades evitem fazer ligações diretas.

O deputado Tomba Farias (PL) reforçou o apoio dos 24 deputados estaduais a Nilda, ressaltando a união das bancadas da Casa. “Fatos como esse não podem acontecer mais no Estado do Rio Grande do Norte. E quero dizer também que a solidariedade, eu acho que tenho certeza, vai aqui dos 24 deputados estaduais aqui desta casa”.

A Secretaria de Segurança ainda não se pronunciou sobre as investigações, mas fontes do governo afirmam que o caso está sendo tratado como prioridade. Enquanto isso, movimentos sociais e entidades negras preparam atos de apoio à prefeita para esta quinta-feira (1º) em frente à prefeitura.

A prefeita denunciou, nesta segunda-feira 28, que vem recebendo ameaças de morte há, pelo menos, duas semanas. As ameaças incluem também ofensas de teor racista. Em uma delas, o autor se refere à prefeita com insultos racistas, chamando-a de “macaca”, e afirma que ela será assassinada “dentro de 10 dias”.

O agressor disse ter problemas mentais e que, por isso, não será responsabilizado criminalmente. As mensagens são enviadas de um número com DDD 11, correspondente ao estado de São Paulo. “Já estou contando as balas. (…) Eu vou te matar e vou sair pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. Não vou dizer o dia nem a hora, mas dentro de 10 dias você vai morrer, sua macaca gorda e esquisita!!!”, diz uma das mensagens recebidas.

Em outro trecho, o criminoso ameaça invadir uma escola atirando. Ele ainda afirma que, por ter sofrido bullying escolar, pretende “matar o máximo de negros, homossexuais e praticantes de religiões de matriz africana que encontrar”.

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