Há 70 anos, Sistema FIERN atua para o desenvolvimento industrial potiguar
A atuação em defesa do desenvolvimento industrial do Rio Grande do Norte é uma missão para a qual a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) se dedica com empenho, mostrando caminhos para o crescimento da indústria e apresentando estudos que apontam medidas que podem melhorar o ambiente de negócios.
Além de manter diversos serviços e programas, o Sistema Indústria no Rio Grande do Norte completou 70 anos de fundação propiciando as melhores condições ao desenvolvimento das empresas industriais, por meio de suas quatro casas: Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Serviço Social da Indústria (SESI – RN), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI – RN) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL – RN).
Amaro Sales de Araújo, presidente do Sistema FIERN, destaca as entregas desenvolvidas pela Federação: “em 2021, entregamos ao Governo do Estado a primeira edição da Agenda Propositiva com os projetos que a FIERN considera essenciais para garantir o ambiente propício ao desenvolvimento da Indústria Potiguar. E, agora em maio, entregamos a versão atualizada deste documento, a Agenda Propositiva 2023”.
Essa Agenda defende propostas objetivas para Educação Pública, Lei de Concessões, Política de Turismo, Gestão de Ativos, Licenciamento Ambiental, Porto de Natal e Energias. São sete áreas nas quais o documento, elaborado pelo MAIS RN, núcleo de planejamento estratégico contínuo da Federação, destaca propostas essenciais que, em conjunto, têm a perspectiva de assegurar ao Rio Grande do Norte o crescimento sustentável.
O presidente da FIERN confirma que uma das propostas é a elaboração de um projeto de lei para definir uma política industrial de Estado e não apenas de governo. “Também defendemos que sejam elaborados outros projetos de lei para quatro áreas: educação técnica, concessões, turismo e política ambiental. A definição de uma legislação clara e moderna nessas áreas trará segurança jurídica e um ambiente favorável aos investimentos”.
Desenvolvimento industrial em números
Segundo estudo da FIERN, o estado possui PIB industrial de R$ 11,8 bilhões, equivalente a 0,8% da indústria nacional, empregando 108.495 trabalhadores na indústria. É o décimo menor PIB do Brasil, com R$ 63,8 bilhões, é o 11º estado menos populoso do País.
A indústria potiguar avançou 14,5% em abril de 2023 frente ao mesmo mês do ano passado, ficando em primeiro lugar no ranking deste índice.
O Atlas da Indústria Estadual, elaborado pelo Observatório MAIS RN/FIERN, mostra que o estado tem 7.139 indústrias. Na distribuição por porte, 88,19% dessas empresas são micro; 10,1% pequenas; 1,48% médias, e 0,22% grandes. Esse levantamento indica que o setor tem, atualmente, 98.547 trabalhadores formais.
Entre os principais setores industriais do estado estão o de Energias, principalmente as renováveis, Petróleo e Gás e a Economia do Mar. Neste último, a FIERN conduz o Cluster Tecnológico Naval do RN, primeiro da região Nordeste, que deve contribuir para ampliar esse potencial.
“Diante da necessidade de pensar e atuar estrategicamente nas ações que utilizam o mar direta ou indiretamente, a FIERN criou, no Rio Grande do Norte, junto com as empresas associadas, o Cluster Tecnológico Naval do RN, uma associação que reúne entidades representativas, empresas públicas e privadas, instituições acadêmicas e órgãos públicos ligados à Economia do Mar no Rio Grande do Norte, para otimizar o desenvolvimento dos setores que a compõem”, confirma Amaro.
O objetivo é que o Cluster Naval atue para aproveitar as características que o Estado possui de forma a fortalecer investimentos, políticas públicas, legislações e todas as questões de tomadas de decisão que envolvam Economia do Mar. O Rio Grande do Norte tem expressivas potencialidades para desenvolvimento nos diversos setores relacionados com a atividade marítima e o Cluster vai contribuir para ampliar esse potencial.
Além disso, o estado potiguar segue na liderança da produção de energia eólica no país. Dados do Mapa das Energias Renováveis, elaborado pelo MAIS RN, mostram que atualmente o Estado possui 243 parques eólicos em operação, que juntos somam aproximadamente 7,5 GW de potência fiscalizada.
Amaro Sales explica que o SENAI-RN por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), que é referência no Brasil nesse setor, está elaborando um mapeamento inédito das condições dos ventos e da atmosfera para gerar energia eólica no mar entre o Rio Grande do Norte e o Amapá.
“É o chamado ‘Mapa do Recurso Eólico Offshore na Margem Equatorial’, região que corresponde a 38,6% do litoral brasileiro, desenvolvido em uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na sexta-feira (16/06), a Petrobras e o SENAI-RN assinaram um protocolo de intenções para desenvolver ações e estratégias voltadas à transição energética, energias renováveis e descarbonização no Brasil. E um dos possíveis desdobramentos será a ampliação e o aprofundamento do mapeamento do potencial eólico offshore na Margem Equatorial Brasileira”.
Já a indústria de Petróleo e Gás tem se recuperado com uma participação de quase 38% do PIB Industrial do RN. A Construção Civil, como segmento específico e próprio da indústria, representa quase 25% do PIB industrial. O setor industrial de Alimentos tem 6,2% do PIB; o de Mineração, 7%; o Têxtil e de Confecções, 5%; o de Bebidas, 3%. O complexo de indústria química (plástico, borracha, produtos de limpeza) alcança uma participação próxima dos 3%.
Hub de informação e pesquisa para fomentar a economia potiguar
O Observatório da Indústria MAIS RN foi criado para ser um instrumento de contribuição para as pessoas, para o estado e para a Federação. E nasceu como um diagnóstico prospectivo para traçar cenários, mapear ações, definir agendas e parcerias.
Com oito, quase nove, anos de existência, o MAIS RN em 2023 passa a integrar oficialmente o Observatório Nacional da Indústria, que faz parte da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e funciona como uma base de dados que reúne informações sobre economia, mercado de trabalho, educação, saúde, além de acompanhar, monitorar e avaliar programas e ações voltados para a indústria brasileira.
Amaro Sales explica que a atuação do MAIS RN acontece em três dimensões. “Uma delas é junto ao próprio Sistema Indústria, com ações junto aos demais setores das quatro casas que compõem o Sistema (FIERN, SENAI, SESI e IEL). A outra é com a metodologia de trabalho em tríplice hélice, com a realização de acordos de cooperação técnica com parceiros externos. E a terceira dimensão é esse trabalho de inteligência de dados.”
As quatros instituições que integram o Sistema Indústria no Rio Grande do Norte (FIERN, SESI, SENAI e IEL) também têm ampla presença e atuação no estado potiguar. São diversos e relevantes projetos, programas e serviços voltados ao ensino profissionalizante, à pesquisa aplicada, ao incentivo à inovação, à qualificação profissional, à saúde e segurança no trabalho, ao estágio, à qualificação e capacitação.
“Para se ter uma ideia do quanto os números que demonstram esses resultados são expressivos, em 2022, foram 130.648 pessoas beneficiadas nos programas de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) do SESI no Rio Grande do Norte. Esses programas de SST chegaram a 947 empresas. E os eventos culturais promovidos pelo SESI-RN tiveram 35.744 espectadores.”
De acordo com os dados da FIERN, no primeiro trimestre deste ano, as escolas do SESI de São Gonçalo do Amarante, Mossoró e Macau somam 1.457 alunos matriculados. São escolas de referência, com qualidade excepcional, que formam para a cidadania e asseguram aos jovens o acesso a habilidades que eles precisam no mercado de trabalho.
Os números do SENAI-RN também são bastante expressivos. Em 2022, foram 25.701 em formação inicial, 5.426 em educação para o trabalho e 2.631 matrículas nos cursos de técnico em nível médio.
O presidente da Federação ressalta que a busca por qualificação profissional e por serviços de tecnologia e inovação no Rio Grande do Norte cresceu em 2022 e, neste ano, continua em expansão. “Segundo dados do SENAI-RN, em 2022, foram realizadas 34,6 mil matrículas em cursos diversos na instituição, de janeiro a dezembro, número 14% acima da meta projetada para o período. Na área de educação profissional, o SENAI-RN registrou 7.311 matrículas em cursos profissionalizantes no primeiro trimestre de 2023, também acima da meta.”
Com isso, as diversas atividades industriais são importantes e devem ser reconhecidas para a economia potiguar.
“Enfrentamos dificuldades, mas conseguimos produzir, resistir, gerar oportunidades de trabalho e renda. É preciso unir forças para que o Poder Público supere os problemas estruturais que ainda temos no Rio Grande do Norte e adotar as medidas para reduzir os gargalos que impõem entraves à nossa economia. Por isso, a FIERN defendeu, na Agenda Propositiva de 2023, que seja elaborado projeto de lei para definir a Política Industrial potiguar”, finalizou Amaro Sales.
Fonte: Economic News Brasil